Infográfico interativo mostra o que está por trás das seguidas derrotas nos projetos que retiram direitos dos trabalhadores
O impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, representou um marco no Brasil. Desde então, projetos que retiram direitos dos trabalhadores (da esfera pública e da privada) avançam com velocidade nunca vista desde a redemocratização do país.
Aquele foi o pontapé inicial de um projeto elaborado por parte das elites brasileiras, desejosas em implementar medidas que ferissem os direitos dos trabalhadores, mesmo que isso custasse milhões de empregos e jogasse o país em um abismo do qual não conseguiu sair até hoje.
Neste infográfico interativo, a Fenajufe faz uma retrospectiva dos últimos cinco anos, demonstrando as principais perdas desde então, e o que está por trás de todas essas derrotas.
Contexto
Apesar de intensa resistência feita por entidades sindicais, setores da sociedade civil organizada e partidos de oposição, a destruição de direitos tem ocorrido de forma constante e sistemática.
Todos os projetos foram aprovados com margens consideravelmente amplas, o que demonstra que esses setores políticos estão se sentido confortáveis para aprovar medidas que impactarão negativamente a vida de milhões de pessoas.
A situação se explica pela escolha de representantes na Câmara e no Senado. A maior parte dos deputados e senadores em atividade representam os interesses do mercado e das elites mais mesquinhas do país, apesar de eleitos com discursos hipócritas contra a corrupção e com pautas falsamente moralistas.
Apesar de aprovarem o impeachment de Dilma por razões meramente políticas, silenciaram quando confrontados com denúncias mais graves contra Michel Temer e Jair Bolsonaro, inclusive sobre a desastrosa condução da pandemia pelo governo atual.
Os cenários favoráveis a esses projetos são criados sempre junto à sociedade, a partir da movimentação de setores da mídia (sempre favorável a propostas que retiram direitos) e das elites econômicas e financeiras do país.
O objetivo é sempre é o mesmo: prejudicar a classe trabalhadora para manter os privilégios de quem já tem muito.
Mas é importante ressaltar que, em certo aspecto, essas disputas são reflexos também do que está acontecendo dentro da sociedade.
Isso significa que o desafio é enorme: avançar no diálogo com o conjunto dos servidores e demais trabalhadores, porque as escolhas (inclusive a quem se destinarão os votos nas próximas eleições) têm impacto direto sobre o que acontecerá com os direitos.